As eleições nos Estados Unidos estão a chegar e, o país agita-se com as eleições primárias onde os diversos partidos (2!!) apresentam candidatos que se digladiam entre si, tentando convencer as bases (e simpatizantes) dos partidos, que são a melhor opção para o futuro do país. Entre os diversos candidatos apenas dois, um por cada partido, chegam ao final das primárias como vencedores e, com o total apoio das máquinas partidárias, disputam o lugar na sala oval.
Neste dia em que escrevo, o partido republicano já tem o seu candidato escolhido e já se mobiliza para fazer esquecer a má imagem do presidente cowboy júnior. No lado do partido democrático, ainda nada está decidido. Hilary Clinton e Barack Obama disputam entre si a pole position. Quem segue as eleições norte-americanas, tem tido a oportunidade de ver que nunca na história recente da América, umas eleições primárias tinham gerado tanto alarido. Desde já, o partido democrático irá fazer história ao eleger um candidato que trará algo de novo. Se por um lado Hilary Clinton é uma mulher, Barack Obama é um afro-americano, que não tem forma de esconder a sua cor. Esta situação é inédita num país que embora se apregoe de verdadeira democracia, tolerante, cheia de oportunidades, laica (pelo menos em sede da Constituição), tem muitos laivos de fundamentalismo, conservadorismo e, até xenofobismo, degradantes.
Dentro do partido democrático, a campanha eleitoral tem sido disputadíssima. No início, ninguém podia prever o futuro, e já se entregava a vitória à Hilary Clinton, quando o jovem Barack Obama apareceu em pezinhos de lã, dizendo que também era candidato. Desde o início que o jovem Obama além de não contar com o apoio do partido, ouviu vozes de descrédito e quase de escárnio às suas reais capacidades para conseguir construir uma máquina de campanha. Era necessário construir uma equipa, e ele construiu. Era necessário angariar fundos, e ele conseguiu. Era necessário ganhar primárias, e ele ganhou. Contra tudo e todos, o senador Barack Obama foi conseguindo criar uma imagem de respeito, que muitos consideram de autentico líder, que tem conseguido ganhar a simpatia de um povo fustigado pelo capitalismo desenfreado que não olha a meios para acumular cada vez mais riqueza.
Essa imagem de respeito, tem feito cair a possível nova dama de ferro. Já que com as sucessivas derrotas, Hilary Clinton foi obrigada a mexer na equipa, substituindo algumas pessoas da sua máquina de campanha. E a própria Hilary é obrigada a recorrer a métodos menos correctos para conseguir votos. Entre esses métodos posso enumerar, desde as lágrimas na televisão, a tentativa de utilizar retórica que chega a roçar um conservadorismo tipicamente republicano. Inclusive, a braço direito de Hilary foi obrigada a retractar-se na opinião pública e a pedir a resignação, depois de proferir uma linguagem profundamente xenófoba dirigida ao Obama.
Neste momento, e já que as primárias são autenticas novelas, as próximas primárias são apenas no dia 22 de Abril no estado da Pennsylvania, o senador Barack Obama segue na frente com uma pequena vantagem. Já venceu 30 estados, contra apenas 14 de Hilary, muito embora a Hilary tenha ganho a maioria dos grandes estados.
Espera-se que a campanha continue renhida, mas com elevação. O povo americano merece um líder a sério, e muitos vem em Barack a esperança na verdadeira mudança. De qualquer forma, temos de estar sempre atentos aos políticos para lhes exigir trabalho, porque apenas palavras não chegam para mudar o que quer que seja.
Deixo aqui o site do Barack Obama para memória futura:
http://www.barackobama.com
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2 comentários:
Encontrámos o repórter ideal para relatar os acontecimentos da novela Casa Blanca!
De facto, apartir deste comentário, podemos avançar com muitas questões importantes para este debate em torno da corrida de carrinhos de choque entre Hilary e Obama. Julgo que nos próximos episódios seria interessante analisar se de facto o discurso de Obama está a ser passado para a acção e de que forma esse processo está a decorrer.
É engraçado pressentir uma mudança histórica no ar...acontecimentos estranhamente interessantes para acontecer num país onde um candidato como Obama parece poder revolucionar grande parte daquilo que a América conheceu até hoje...ou não!
Fiquem para ver os próximos capítulos desta saga.
Bom texto, RUCA! Hope? ou Pope! Não sei. Ontem o Obama ganhou mais um estado e dizem que já não é possivel que a Hilary consiga mais delegados que ele. Portanto, já temos um vencedor virtual. Falta saber se o Obama ganhar, o que acontecerá!
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