"Só uma crise, real ou sentida, pode provocar uma mudança" (Milton Friedman)
E crises não têm faltado nos últimos anos, como o incontornável 9/11, o tsunami no sudoeste asiático, e o furacão Katrina. Seja pela mão do homem, por fenómenos da natureza, ou pela degradação desta pela acção do homem, pode-se verificar que as situações de crise são usadas pelos governos, democráticos ou não, para a tomada de medidas ou pela aprovação de leis que poderiam não passar despercebidas por um público atento, fossem outras as circunstâncias. Quando a propaganda não é suficiente...
O Patriot Act e a invasão do Afeganistão e do Iraque, por exemplo, não beneficiaram em nada os povos destes dois países - nem os norte-americanos, que vivem actualmente numa crise (mais uma!) do mercado imobiliário - mas em contrapartida contribuiram para o enriquecimento de empresas como a Halliburton ou a Blackwater.
É este o tema de um curto documentário de Alfonso Cuaron (Children of Men) e Naomi Klein, que pode ser visto gratuita e integralmente aqui ou no site oficial:
O livro The Shock Doctrine (Naomi Klein) está disponível em Portugal, pelo menos naquelas livrarias com nome de ar-condicionado.
Mais:
naomiklein.org
The Shock Doutrine (filme em quicktime, wmv, ogg, flash)
Naomi Klein - The Shock Doutrine (palestra)
Aproveitando a deixa do VG no artigo anterior, a crise do sistema nacional de saúde, quer pelo fecho de urgências e maternidades quer pelas anedotas do INEM, serve principalmente para vender a ideia de que um serviço público de saúde tem que ser necessariamente um serviço dispendioso (e por isso, tem que ser reduzido) e incapaz de responder às necessidades, como se os serviços privados fossem então a receita para todos os males.
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2 comentários:
Achei este filme muito interessante. E mostra muito bem os "truques" que os senhores que defendem as teorias neoliberais utilizam para atingir os seu objectivo de domínio planetário.
O sr. Milton Friedman, que recebeu o prémio Nobel em 1976, é um grande teórico das ideias neoliberais. Este pensamento traduz-se no regresso da finança ao poder, isto é, dos detentores de capital mais poderosos no planeta em larga medida, norte-americanos. Este pensamento teve o seu inicio a partir da 1970, e tem o objectivo de retirar ao estado um papel activo da vida politico-económica e dar-lhe de facto, o papel de garante da hegemonia do capital privado e transnacional.
Bom post! que venham mais! =)
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